É algo quase intrínseco no brasileiro chegar em casa
depois de um dia de trabalho e sentar em frente à TV pra assistir a uma
programação variada. E entre elas está o maior destaque, a novela que, exibida
diariamente, faz parte da cultura moderna de nosso país.
Se antes o público alvo era a dona de casa, hoje o grupo
de telespectadores está muito mais diversificado. Jovens, crianças, adultos,
homens e mulheres atualmente se preocupam com os dramas vividos pelos
personagens da telinha. Mas essa preocupação toda não é algo novo. Desde os
anos 60, quando as telenovelas ganharam mais espaço na TV brasileira, que o
público encantou-se com essa forma de entretenimento que contava histórias de
amor, aventura, dramas familiares e tantos outros assuntos que também estão
presentes na vida da população.
No entanto, se hoje o numero de telespectadores aumentou,
também aumentou o número daqueles que desprezam esse formato. Os “intelectuais”
da vez dedicam-se de verdade a apontar falhas e criar novas maneiras de
insultar o formato, dizendo que o tempo gasto em frente à telinha pode ser
aproveitado de maneiras muito mais “produtivas”. Como por exemplo... lendo um
livro.
Há pouco tempo, na semana em que estreava uma nova novela
das 9, várias pessoas levantaram-se nas redes sociais com críticas e tentando
desvalorizar o programa, e eu vi um site que fez uma matéria enorme, com
direito a apresentação de slides, mostrando todos os pontos negativos e as
perdas que uma pessoa sofreria ao acompanhar a história da vez. E enquanto eu
lia todo o texto desse site eu me perguntava: é sério isso?
Os intelectualoides que vivem para apontar o dedo na cara
de quem assiste novelas e criticar quem as produz não percebem que quem está
errado são eles. Criticar uma coisa que você não gosta ou aprova, não faz
aquilo que você gosta melhor (o mesmo vale pra rivalidade entre sagas
literárias). E para esses mesmos, que dizem que é melhor ler um livro do que
ver tv, falta a consciência de que por trás das duas formas de entretenimento
existem colegas de profissão: Escritores.
Se em um lado existe alguém criando histórias e passando
isso pro papel, do outro lado existe alguém fazendo o mesmo, com a diferença de
que está passando isso para a televisão.
São duas formas de entretenimento válidas e que possuem
suas diferenças, mas que foram criadas com o mesmo objetivo: agradar pessoas.
Agora cabe às pessoas escolherem qual formato preferem. Se você gosta mais de
ler, não há problema. Se você gosta mais de ver uma novela, não há nenhum problema.
E existem muitas outras opções pra entreter a todos nós,
cada uma com sua peculiaridade. Ter uma opinião preconceituosa acerca desta ou
daquela não fará de você ou mais intelectual, afinal quem está sendo
prejudicado é você mesmo. Portanto, vamos baixar a guarda antes de levantarmos
qualquer discussão sobre o assunto e entender todos os lados. E principalmente
nós, que somos leitores, vamos fazer esse exercício e lembrar que por trás de
toda boa história, existe um bom escritor.
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