A primeira coisa que me chamou atenção neste livro foi a
capa. Eu estava na livraria, apenas olhando como sempre e encontrei este
livro, com três jovens e um sol brilhando atrás. Eu sou adepto do movimento Não
Julgue Um Livro Pela Capa, mas é fato que quando ela é linda, há mais chances
de você tirá-lo da prateleira da livraria e comprá-lo. Interessante também é
que eu não gosto na verdade detesto de fotografias com o rosto dos
personagens na capa, mas este foi a maior de todas as exceções. E eu não
poderia ter feito um acerto tão grande ao comprá-lo.
O Verão que Mudou
Minha Vida conta a história de Belly, uma menina que mede sua vida pelos
verões. Ela é apaixonada pela época, quando viaja com seu irmão e sua mãe pra
casa da melhor amiga desta, Susannah. Lá estão também os filhos dela, Conrad e
Jeremiah, meio que irmãos-postiços de Belly e seu irmão Steven.
O detalhe que faz toda a diferença é que Belly sempre foi
apaixonada por Conrad, o mais velho. A garota é simplesmente encantada pelo
garoto e seu sorriso malicioso, e por anos guardou isso na esperança de que ele
olhasse pra ela da mesma forma – o que nunca aconteceu. Mas neste verão as
coisas serão diferentes. Belly está prestes a completar 16 anos e parece que
nos meses antes do verão seu corpo finalmente começou a trabalhar pra, em vez
de bonita, deixá-la linda. E quando
ela chega à casa de praia, não só Conrad, mas também Jeremiah, notam isso,
percebem que ela não é mais a menininha de antes. E se antes Belly era proibida
de sair com os meninos, agora ela vai agir querendo eles ou não.
O enredo principal, a premissa do livro, já é boa. Aliado
com a escrita de Jenny, fica melhor ainda. A autora desenha os fatos que estão
ocorrendo de um jeito simples e ao mesmo tempo brilhante, sempre deixando um
gancho pro próximo capítulo. E uma coisa que eu gostei muito foi a presença de
flashbacks, retratando alguns verões passados, explicando melhor o que ocorreu
antes, quando a protagonista era mais nova, e talvez justificando o por quê
dela agir de tal forma agora.
Porém, o que mais me agradou no livro de longe foi a forma
como a autora retratou a figura do adolescente. Normalmente, nos outros livros,
vemos meninas que amam incondicionalmente
meninos que já são autossuficientes, ambos no cio.
*cof cof Bella
e Edward cof cof*
Mas neste não. Jenny mostrou como uma menina adolescente tem
o desejo de já ser vista e tratada como adulta, mas que ainda age, às vezes,
como uma criança (detalhe pra todas as cenas em que ela mostra a língua pros
meninos). Esse retrato que a autora fez ficou mais próximo da realidade, e o
leitor compreende tudo o que está acontecendo, as dúvidas, o ciúme e o medo, comuns
entre tantos adolescentes.
"Às vezes é como se as pessoas fossem um
milhão de vezes mais belas na nossa cabeça, como se as víssemos através de uma
lente especial. Mas, por outro lado, se é assim que as vemos, talvez seja assim
que elas realmente são."
Esta característica também está presente não só em Belly,
mas também nos outros personagens jovens, principalmente no momento em que
Belly percebe que o Conrad está agindo como um babaca. Conrad, embora não seja
meu personagem preferido, é muito bem construído e, assim como a protagonista,
por mais que queiramos dar um basta em relação a ele, sempre queremos saber o
que ele está pensando.
Por fim, o livro de Jenny Han é muito mais do que um romance
de verão. E quanto mais eu lia, mais eu percebia que muitas outras coisas ainda
iriam acontecer. O livro é narrado pela própria Belly, em primeira pessoa, e
talvez por isso demoramos a perceber o que está acontecendo em volta dela e de
sua paixonite. A trama de sua mãe e de Susannah, que não está nada bem este
verão, é muito densa e abre margem pro leitor querer continuar a ler.
Isso aliás é possível, tendo em vista que
este é o primeiro de uma trilogia – e eu só descobri isso quando estava no
final do primeiro livro hueh.
No mais, é um livro ótimo, fácil e rápido de ler e,
impressionantemente, não consigo encontrar nenhum defeito pra ele. Com certeza
vou ler os livros seguintes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário